Sei que cada um tem sua história, e que o
que me levou por um caminho não quer dizer que vá levar a todos pelo mesmo
caminho, mesmo assim gostaria de compartilhar o que nos levou a buscar e a chegar
ao diagnóstico de Aciduria 3 hidrox 3 metilglutárica.
1. O nosso pequeno foi planejado
direitinho, assim que nós casamos, eu tinha 31 e meu marido 37 anos.
2. Tive uma ótima obstetra no meu pré
natal, que além de tudo foi uma grande amiga.
3. Não vem ao caso mas durante a gravidez
tive dilatação do esterno e uma sensação de ter queimado a barriga dom
água quente, doía ao tocar, estou registrando isso só pq vai que é algo comum a
outras mamães. Mas o importante é que no fim deu tudo certo.
4. Minha data provável do parto era de 21
de junho, mas como tive um aumento de pressão no fim da gravidez minha obstetra
marcou a cesárea para o dia 13 de junho.
5. No dia 06 de junho fui fazer uma Ultra
Som e a médica me informou que eu estava com oligodramnia (perda de liquido amniótico),
então acabei tendo que fazer minha cesárea no dia 06 mesmo.
6. Meu filho nasceu bem, entretanto não
tive leite para ofertá-lo, cheguei a fazer estimulação em um hospital da cidade
mas o leite não veio, há alguns anos atrás eu havia feito redução de mama, e
aqui faço um parêntese, alguns dizem que não tem problema, outros dizem que
tem, na duvida procure um cirurgião plástico e faça a redução após esclarecer
suas dúvidas.
7. Bom, como disse meu filho nasceu bem e saímos
do hospital dois dias depois dele ter nascido, saliento que os dias em que ele
esteve no hospital ocorrereu pouca oferta de leite artificial por parte dos
responsáveis pelo cuidado dos bebês, mas sobre isso prefiro não falar.
8.No dia seguinte a alta tivemos que
retornar ao hospital onde foi diagnosticado que o nosso pequeno estava com hipoglicemia.
9. Ele foi internado, tomou 6 dias de
antibiótico, fizeram vários exames de sangue, no fim do sétimo dia saiu sem
maiores complicações.
10. Fomos para casa e a vida com um bebê
finamente começou.
11. Tudo correu bem, a única intercorrência
foi que com 3 meses, quase quatro, ele passou um fim de semana vomitando, bom para nós não
havia nada de errado, afinal crianças pegam viroses e fazem vômito.
12. O pequeno também tinha um gemidinho
que não parava, parecia que sentia gazes, mas ao invés de chorar ele gemia
sempre, inclusive quando parou um primo até brincou e disse que era estranho o pequeno
não gemer.
13. Bom aqui começa a nossa jornada, com 6
meses o nosso pequeno não se sentou sem apoio. Calma, não precisa se preocupar
se você tem um pequeno com 6 meses que não se senta, cada criança tem seu
tempo, procure estar com um bom pediatra que ele com certeza irá te dizer se
tem algo errado. Bom aqui vai a homenagem a nossa pediatra que não é boa, é
ótima, e que tem muito amor pelo nosso filho, nos disse que iria encaminhá-lo para a fisioterapeuta, pois como ele
havia tido a hipoglicemia quando
nasceu era necessário que se fizesse uma avaliação.
14. Fomos para fisioterapeuta, ela
diagnosticou um leve atraso no pequeno e indicou sessões de fisioterapia
semanais.
15. Em seguida, a nossa pediatra indicou
que procurássemos um neuro pediatra.
16. O neuro pediatra achou o pequeno
ótimo, mas percebeu, assim como a pediatra já tinha percebido que o perímetro encefálico dele era maior que
o padrão para a idade, aqui vai outro parêntese, meu irmão e meu marido
também são cabeçudinhos, sempre foram e nunca houve nada de errado com eles, ou
seja, naquele momento só havia uma justificativa para aquela macrocefalia , genética, ou seja
puxou o papai e o titio.
17. O nosso neuro pediu que fizéssemos uma
tomografia e a mesma saiu com o seguinte diagnóstico: “ sinais de atrofia dos lobos frontais”. Bom podem imaginar
que nesse momento tivemos nossa primeira queda, claro, sempre tivemos fé em
Deus, mas somos humanos e fraquejamos como qualquer um.
18. O neurologista nos informou que o diagnóstico era de coleções extra-axiais benignas. Não sei explicar muito bem o
que é isso, mas a palavra benigna me trouxe um certo alívio.
19. Considerando este diagnóstico o neuro,
que diga-se de passagem foi essencial, e extremamente cuidadoso e preciso, solicitou
exames para identificação de Erro Inato no Metabolismo.
20. Os exames demoraram a ser autorizados
pelo plano e após a coleta demoraram de sair.
21. Neste período o pequeno ainda estava
no sétimo para o oitavo mês e fazia 3 sessões semanais de fisioterapia, mais
uma vez paro para homenagear os profissionais que passaram pela vida dele,
graças a essas sessões a evolução dele foi enorme.
22. Por orientação de outra pediatra, uma amiga especial, colocamos ele na escolinha de música. E como valeu apena, é meio
estranho para alguns pensar em um bebê de 7, 8 meses em escola de musica, mas
foi muito bom termos colocado, o papai faz as aulinhas com ele e a mamãe acompanham,
lá são utilizadas musiquinhas que estimulam o cognitivo e o aprendizado, como
dentro, fora, alto, baixo, minha mão, meu pé, etc. Ele continua na aulinha até
hoje, com 1 ano e é muito bom para nós e para ele.
23. Bom, quase dois meses depois do pedido
recebemos finalmente o resultado e lá estava algo que nunca ouvimos falar: “Diagnóstico
compatível com aciduria 3-Hidrox 3 Metilglutárica”.
24. O quê??????? Como assim??????????
25. Fomos nós então procurar no Dr.
Google, e isso foi o principal motivo que me levou a escrever este Blog.
26. Falei com muita gente, mandei muitos
e-mails, chorei, li muito a respeito.
27. Levamos o resultado do exame ao nosso
neuro e ele nos indicou que fizéssemos o acompanhamento no Rio Grande do Sul.
Mas acabamos indo para Salvador, já que somos do interior da Bahia, fomos muito
bem atendidos por neuropediatras, geneticistas, biólogo e nutricionista, foram profissionais maravilhosos que cuidaram e estão cuidando do nosso pequeno com toda atenção que ele e que qualquer pequeno merece, todos
se interessaram muito pelo caso e acharam que ele esta muito
bem. Pediram para que repetíssemos os exames.
28. Ao procurarmos uma nutricionista, aqui no nosso município, que diga-se de passagem foi muito perspicaz e sempre solícita, fomos informados que deveríamos adquirir uma formula chamada Leumed, essa formula é demasiadamente cara pois vem da Alemanha, acho que por isso é tão cara, bom, não vou dizer o preço aqui , mas informo que conseguimos por via judicial que inicialmente o Município e posteriormente o Estado nos dê a formula.
28. Ao procurarmos uma nutricionista, aqui no nosso município, que diga-se de passagem foi muito perspicaz e sempre solícita, fomos informados que deveríamos adquirir uma formula chamada Leumed, essa formula é demasiadamente cara pois vem da Alemanha, acho que por isso é tão cara, bom, não vou dizer o preço aqui , mas informo que conseguimos por via judicial que inicialmente o Município e posteriormente o Estado nos dê a formula.
29. Hoje já saíram os resultados dos
exames que repetimos e o diagnóstico foi confirmado. Já estamos muito bem acompanhados por uma ótima nutricionista e estamos seguindo a dieta que nos foi prescrita, apesar de deixarmos claro que na nossa terra todos comem biscoito e que precisávamos encontrar uma solução pra isso, rssss. Bom, na verdade digo isso por passar a entender que temos que fazer as adaptações necessárias, ou seja temos que aprender a substituir os produtos e encontrar as alternativas, vale a pena dizer que encontramos um biscoitinho (como coloquei em outro post) hipoproteico bem gostoso para nosso pequenino saborear. Entendam que as vezes do nosso lado pode estar algo que nos faça tornar a rotina das nossas crianças mais leve. Temos mesmo que ser criativos e que simplificar as coisas.
30. Assim, o nosso pequeno vai levando a
vida, muito bem obrigada, super esperto não tem mais atraso na parte motora, e
o cognitivo dele também está bem.
31. Eu, tenho pesquisado bastante, e
percebo que a doença vem mexer logo com a minha maior fraqueza, sou péssima em
cozinha, mas se eu não buscar fazer que irá fazer? Assim, espero me tornar uma
cozinheira pelo menos aceitável para que eu possa ofertar ao meu pequeno
substitutos que o agradem como a qualquer criança que pede um lanchinho da
tarde para sua mamãe e fica feliz ao receber suas guloseimas e gostosuras.
32. Vejo que existem várias mamães e
papais como nós buscando informações para os seus filhos, descobri que podemos
contar com a ajuda das mamães e papais que tem filhos com fenilcetonuria, outra
doença do Erro Inato do Metabolismo, cujos pacientes também devem fazer dietas
hipoproteicas. Várias dessas mamães possuem receitas que podem ser adaptadas
para os nossos pequenos, sempre com o aval é claro do nutricionista.
33. Aos poucos vamos descobrindo como
viver um dia de cada vez, difícil não é? Mas um dia aprendemos.
34. Aos poucos vamos vendo o lindo sorriso
do nosso pequeno iluminar os nossos dias e vamos percebemos que tudo o que
queremos é que ele seja feliz. E com a graça de Deus ele vai ser.
3 comentários:
Arthur é um menino cheio de sorte, por ter pais tão especiais!
Arthur é um menino especial....e com o tempo Dri, vais perceber que é mesmo verdade...por andarmos tão coladas nos nossos filhos (maes corujas) vivemos coisas que algumas outras mães não vivem, nem nunca vao valorizar da mesma forma que nós.
Este diagnóstico, apenas serve para cuidar melhor (agora ja sabes as necessidades especificas) do Arthur.
Assim terás um lindo menino saudável para veres crescer e tornar-se Homem.
Mães/Pais de crianças metabólicas ou com outras necessidades especiais....são peritos em ter esperança :)
È verdade amiga a esperança tem sido um dos nossos lema. Amo vcs e os lindos olhos que brilham da Iny.
Olá, vi seu comentário no blog da Claúdia, q por sinal descobri há uma semana. Fico mt comovida com sua história, tenho um filho, Arthur Felipe de 3 anos, é alérgico a proteína do leite, tmb tenho q cozinhar, pq ele mantém uma dieta. Demorei 5 meses pra descobrir, mts idas a pronto-socorro pela madrugada, até encontrar o médico certo. Graças a Deus está controlada. Não desanime, na vida td tem um propósito.
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